OPCP - Relatório de Outono de 2019: “Cobertura e Caracterização das Equipas e Profissionais das Equipas de Cuidados Paliativos”.

Thursday, December 12, 2019 - 09:04

AS EQUIPAS RESPONSÁVEIS NOS SERVIÇOS DE CUIDADOS PALIATIVOS ESTÃO 75% ABAIXO DO RECOMENDÁVEL

O Observatório Português de Cuidados Paliativos publica a primeira secção do Relatório de Outono de 2019: “Cobertura e Caracterização das Equipas e Profissionais das Equipas de Cuidados Paliativos”.

  • Relativamente à caracterização dos profissionais de saúde encontramos os seguintes dados:
  • Idade varia entre [22,76] anos com mediana 40 anos;
  • Tempo de experiência profissional em cuidados paliativos varia entre [0,35] anos com mediana de 4 anos;
  • Tempo de alocação a estes cuidados varia entre as diferentes áreas com a maior mediana nos enfermeiros (35 horas semanais) e a menor nos assistentes espirituais com 2 horas semanais (de realçar a classe médica com uma alocação semanal que varia entre [0,42] horas e mediana de 12 horas
  • De 2017 para 2018 existiu diminuição o tempo de alocação semanal a nível médico e de enfermagem
 

Em relação às taxas de cobertura, no global, mas com significativas assimetrias a nível distrital/regional ou a nível da tipologia dos recursos, temos:

A nível populacional/estrutural:

  • Cobertura de 50% ao nível de camas, no geral, com 69% nas de tipologia de agudos e 42% nas de não-agudos (Unidade de Cuidados Paliativos)
  • 88% de cobertura das EIHSCP (Equipa Intra Hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos)
  • Cobertura de apenas 28% das ECSCP (Equipa Comunitária de Suporte em Cuidados Paliativos)

A nível funcional (tendo como referência a proporção de médicos para população abrangida ou n.º de camas):

  • Cobertura de apenas 16% das UCP (Unidade de Cuidados Paliativos)
  • Cobertura de apenas 19% das EIHSCP (Equipa Intra Hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos)
  • Cobertura de apenas 7% das ECSCP (Equipa Comunitária de Suporte em Cuidados Paliativos)

A nível de recursos humanos:

  • Com as devidas reservas, 97% dos recursos têm médico, 95% têm enfermeiro, 71% têm psicólogo, 51% têm assistente social, 44% têm farmacêutico, 17% têm fisioterapeuta, 14% nutricionista, 8% assistente espiritual e 6% outro terapeuta;
     
  • 33% dos recursos têm pelo menos 1 médico a 100% do seu tempo e 79% têm pelo menos 1 enfermeiro; 14% pelo menos 1 assistente social e 11% pelo menos 1 psicólogo; mais nenhuma outra área profissional está a 100% do seu tempo nestes recursos;
     
  • Existem o equivalente a 66 médicos quando deveriam existir cerca de 496; a 243 enfermeiros quando deveriam existir 2384; a 17 psicólogos quando deveriam haver 195 e a 22 assistentes sociais quando deveriam de haver 195.

A rede nacional de serviços especializados existente presta, sobretudo cuidados paliativos com nível de diferenciação generalista. Nivel abaixo do que deveria ser, por serem serviços especializados. A cobertura universal de recursos de cuidados paliativos no nosso país está longe de estar alcançada assim como revela profundas assimetrias a nível distrital/regional e de tipologias.

Mais informações poderá consultar o estudo na integra aqui.